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Capital

PF mira empresa de engenharia que recebeu R$ 106 milhões de prefeitura

Investigação identificou irregularidades na adesão à ata de registro de preços

Por Aline dos Santos e Antonio Bispo | 09/05/2024 09:51
Equipe da PF entrou às 6h20 em prédio onde fica empresa de engenharia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe da PF entrou às 6h20 em prédio onde fica empresa de engenharia. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com escritórios em Campo Grande e Florianópolis (Santa Catarina), a Groen Engenharia e Meio Ambiente, empresa que recebeu R$ 106 milhões da Prefeitura de Três Lagoas, é alvo da operação Pedra de Toque. A ação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (dia 9) pela PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União).

Logo no começo do dia, as viaturas chegaram à Groen Engenharia, localizada na Avenida Via Parque, em Campo Grande. O escritório fica em um prédio com térreo, primeiro e segundo andar. No local, funcionam quatro empresas.

Os policiais entraram por volta de 6h20, quando uma funcionária abriu a porta principal do prédio. Por volta das 6h40, chegou um chaveiro. Depois, um policial buscou um pé de cabra na viatura.

A investigação apura os crimes de fraude ao procedimento licitatório, peculato, apropriação e associação criminosa e busca recuperar os prejuízos financeiros em Três Lagoas.

A investigação identificou irregularidades na adesão da prefeitura à ata de registro de preços de órgão federal para serviços de engenharia.

Os auditores apuraram que houve direcionamento indevido da contratação para uma determinada empresa em detrimento de outras opções mais vantajosas, resultando em prejuízos financeiros significativos. A Polícia Federal aprofundou a investigação, confirmando os apontamentos realizados pela CGU e identificando necessidade de fase ostensiva. Ou seja, a operação na rua.

Policial federal saiu do prédio e buscou pé de cabra na viatura. (Foto: Marcos Maluf)
Policial federal saiu do prédio e buscou pé de cabra na viatura. (Foto: Marcos Maluf)

No período de 2017 a 2021, a empresa investigada recebeu R$ 106.699.051,00 da administração municipal e parte desses recursos teve origem em repasses federais para a área da saúde.

Conforme divulgado pela CGU, Três Lagoas tem população de 132 mil habitantes, e 30% deles têm rendimento mensal per capita de até 1/2 salário-mínimo. Portanto, com dependência relevante das áreas de saúde, assistência social e educação.

 “Desse modo, a má utilização dos recursos destinados ao financiamento desses serviços impacta negativamente o atendimento da parcela mais vulnerável de pessoas do município”.

A operação cumpre 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Três Lagoas, Campo Grande, Coxim, Naviraí e Florianópolis. A 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas determinou sequestro e bloqueio de cerca de R$ 23 milhões de bens de cada um dos indiciados.

 A reportagem não conseguiu contato com o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro. O Campo Grande News solicitou informações à empresa e aguarda retorno.

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